quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Redigindo um rascunhão da tese

A primeira expedição de Vasco da Gama à Índia levou dois anos e dois meses. Ninguém sabe quanto tempo Camões levou para escrever Os lusíadas, mas estima-se que teria sido cerca de quinze anos. Mickle levou mais de quatro anos para traduzir Os lusíadas para o inglês. Eu tenho cerca de dois anos e meio para redigir a minha tese de doutorado sobre a tradução de Os lusíadas feita por Mickle. Mas tenho apenas seis meses para terminar isso que eu considero o primeiro rascunho de pelo menos 70% da minha tese.

É mais ou menos assim: no início de outubro eu preciso entregar o Relatório de Qualificação. Mas para que a minha orientadora tenha tempo de ler e comentar o Relatório, preciso terminá-lo no máximo até o fim de julho. Junto com o Relatório, eu gostaria de apresentar para a banca de Qualificação esse tal rascunho, para que eles possam ter alguma base para opinar, para me dizerem se o que estou fazendo faz algum sentido…

Por isso estou trabalhando pesado agora. Não sei muito bem o que fazer pra não deixar este blog abandonado. Talvez eu possa fazer uma espécie de “diário de bordo”, contando passo a passo o que estou fazendo na minha tese.

2 comentários:

sergio marques da silva jr. disse...

É o tempo é relativo.Como é a nossa medida de tempo hoje?Dois anos é um bom tempo, não é mesmo?Quem sabe tivesse que levar mais, dez ou quinze.Seria lógico, não é mesmo?Mas o mundo de hoje e sua burocracia não permitem o desenrolar orgânico natural de um trabalho intelectual.Seria possível hoje uma obra como a Paidéia, que consumiu praticamente a vida toda de seu autor?Em todo caso, toda paciência, coragem e força nessa empreitada.Não sou acadêmico , mas sei que o trabalho mental consome muito de nossa alma.

Cláudia Martins disse...

Sem dúvida, Sérgio! E a vida atual sequestra o nosso tempo, não é mesmo? São mil e um compromissos a exigir a nossa atenção - até mesmo os virtuais: responder comentários no Facebook, Twitter, no blog… Como mostrou o Flusser (meu tema no mestrado), nós criamos aparelhos e depois eles nos controlam.

Obrigada pelos votos de paciência (de que realmente careço!), coragem e força. Procuro mesmo fazer um trabalho que venha "da alma", que não seja meramente mecânico. Gosto da pesquisa acadêmica, e essa paixão (talvez o termo seja muito forte?) me estimula a enfrentar o trabalho mental.

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