Eu gosto de provérbios e muitas vezes procuro saber a sua origem. “A exceção que confirma/prova a regra” é uma expressão que sempre me intrigou, porque parece afirmar um completo absurdo. Normalmente uma exceção não confirma ou prova uma regra. Ao contrário: se encontramos uma exceção, em geral colocamos a regra sob suspeição. (Basta encontrarmos um pinguim para duvidarmos da afirmação de que “todos os pássaros voam”, por exemplo.)
Depois de alguma pesquisa, creio que encontrei a explicação para essa confusão. “A exceção que prova a regra” é uma tradução da expressão latina medieval “exceptio probat regulam in casibus non exceptis”, que poderia ser traduzida de modo mais completo como “a exceção comprova a regra para os casos não excluídos”. Um exemplo disso seria quando vemos uma placa dizendo “proibido estacionar após as 16h”. Dos dizeres dessa placa poderíamos deduzir a regra de que nos demais horários o estacionamento é permitido. Nessa placa, teríamos a exceção que prova a regra nos demais casos. Em suma: se não houvesse a regra, não haveria necessidade de exceção.
Temo, no entanto, que o uso “nonsense” da expressão já esteja tão disseminado que não adiante esclarecer-lhe o sentido!
15 comentários:
nossa! que pesquisa maravilhosa mas complexa apesar da objetividade, requer atenção para uma melhor compreensão.
Muito obrigada, Eduardo! O assunto é realmente complexo.
Talvez, talvez tenha encontrado o verbete da Wikipedia, o qual me ajudou a compreender melhor a expressão:
http://en.wikipedia.org/wiki/Exception_that_proves_the_rule
Agradeço-lhe a explicação em português.
JRandal, é verdade, é muito boa a explicação da Wikipedia. Eu não a havia lido, embora houvesse lido o exemplo de Fowler em outros sites.
Eu matutando pra entender a letra da Sandy " ninguém é perfeito, mas você é a exeção que confirma a regra"
Eu matutando pra entender a letra da Sandy " ninguém é perfeito, mas você é a exeção que confirma a regra"
Eu maturando pra entender a letra da Sandy " ninguém é perfeito, mas você é a exeção que confirma a regra"
Parabéns pelo blog! Partilho os meus de saúde total:
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Melhores cumprimentos
Julgo ter compreendido a ideia. Resumindo, é necessário que algo se distinga da ‘norma’ (ou seja, da regra) para ser possível a constatação de que existe, de facto, uma norma. Contudo, isto não me parece absolutamente válido. Até esta regra terá a sua excepção. Senão, repare: eu sei que todas as pessoas têm apenas um nariz. Nunca vi (nem ouvi falar de) alguém que tivesse dois narizes. Ainda assim, isso não me impede de constatar que toda a gente tem um nariz apenas. Logo, aí está uma regra que não precisa duma excepção que a confirme!
Duarte Bandeira, obrigada por seu interessante comentário. Acredito, no entanto, que a expressão se referisse originalmente a "regras" no sentido jurídico, o que não é o caso do seu exemplo.
O fato da regra citada não comportar exceção conhecida, nada mais é do que uma exceção à regra geral de que toda regra possui uma exceção! ��
Interessante o seu comentário, Lucas Monseff ;-)
Muito interessante & esclarecedor... Très bien ...
Dados quaisquer naturais consecutivos, NÃO EXISTE, um natural entre eles!a essa regra não há exceção! qualquer um que tente o contrário chegará num absurdo!
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