segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Uma talvez resenha de “A batalha das libélulas” e “A queda de Babilônia”

A batalha das libélulas e A queda de Babilônia, de Glautúrnio Polenta e Guian de Bastos, são os dois primeiros volumes da saga Velho Império sem Czar.

Antes de mais nada, eu gostaria de dizer que gostei de A batalha das libélulas, mas gostei muito mais de A queda de Babilônia. Perguntei-me, então, por que isso teria acontecido. Há várias explicações possíveis. A primeira seria que o primeiro livro assusta um pouco, pela falta de referências. Ao ler o segundo, já conhecemos a história, de certa forma, então fica mais fácil acompanhar. A segunda explicação, um pouco mais pessoal, é que no segundo livro há mais interação entre os personagens. Aguirre está sempre conversando com Soraya ou Valquíria, e eu sou fã de livros em que há interação entre os personagens. A terceira hipótese está ligada a esta segunda: eu teria gostado mais deste livro porque gosto mais de Aguirre como personagem do que de Flamínio. Um dos méritos da série é exatamente que o livro centrado em Flamínio tem a cara do Flamínio – é volúvel, irrequieto, cheio de ação. O livro centrado em Aguirre é mais intimista.

Diverti-me muito com a parte em que aparecem os Augúrios. Eu sei muito bem de quem se trata. Esse é um aspecto desta série que a torna um tanto… elitista? exclusivista? qual seria o melhor termo? – há muitas inside jokes. Piadas que só os mais íntimos entendem. Mas e daí? Provavelmente o Ulisses do James Joyce também está cheio de inside jokes, e os estudiosos ficam escavando em busca das explicações… O que complica tudo ainda mais é que a Valéria não é bem a Valéria, e o Bar do Ernani não é bem o Bar do Ernani, se é que vocês me entendem. Talvez um dia eu seja entrevistada pra explicar muitas dessas referências. O problema é que eu não sei todas! Preciso urgentemente de um “Velho Império sem Czar Explicado” ou “Velho Império sem Czar for Dummies”.

Nunca mais escutaremos o Aphrodite’s Child com os mesmos ouvidos. Nem o hino do Galo do Japi. E todas as vezes que eu me vir diante de um elevador, vou me perguntar se ele é o mesmo ou não.

Aguardo ansiosamente o lançamento dos próximos livros – e da Turminha do Sacomâ [1]. Uma pergunta que não quer calar: será que nossos heróis da O. conseguirão derrotar os filhos do P. e a agromáfia? Ou será que tudo vai terminar no ponto onde estamos, ao final dos livros 1 e 2? De qualquer forma, vendo que os autores sabem lidar tão bem com pontos de vista diferentes, estou muito curiosa para ler outros desses pontos de vista. Tenho a impressão de que vou gostar mais da história a cada livro.

(Esta talvez resenha foi publicada no blog do Velho Império sem Czar, onde vocês podem encontrar mais informações sobre a saga, inclusive um vídeo com depoimento dos autores.)


[1] Em breve, nas livrarias, Mirna contará tudo sobre essa nova sensação!

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