sábado, 7 de janeiro de 2012

Fairy/Faerie

Algumas semanas atrás eu mencionei aqui a dificuldade em se traduzir as palavras “fairy” e “faerie”. A palavra deriva, curiosamente, do latim “fates”, particípio passado do verbo “fari” (“falar”). Portanto, “o que foi falado”, “o que foi decidido”, “decisão”, resultando no nosso “fado” ou “destino”.

A tradução consagrada para “fairy” e “faerie” seria “fada”, ou, no caso de “Faerie” se referir ao local, “reino/país das fadas”. Acontece que tanto “fairy” quanto “faerie” se referem a um amplo conjunto de seres mágicos: duendes, leprechauns, kelpies, pixies, sereias… Aquelas fadinhas lindinhas e esvoaçantes, como a Sininho (Tinkerbell) de Peter Pan, surgiram apenas na época vitoriana, mas esta é a imagem que nós temos, hoje em dia, das fadas.

A tradução que considero mais adequada para “fairy” e “faerie”, quando esses termos abrangem vários seres mágicos, seria mesmo algo como “seres mágicos”, ou “seres sobrenaturais”. Mas é claro que isso depende do contexto. No livro que estou traduzindo, Wondrous strange, a questão se complica ainda mais pelo fato de uma montagem de Sonho de uma noite de verão fazer parte da trama. Ora, a tradução consagrada para o título de Oberon, por exemplo, é “rei das fadas”, ou “rei dos elfos”, ou mesmo “rei das fadas e dos elfos”. Ninguém, que eu saiba, traduziu os shakespearianos “King of the Fairies/Faeries” ou “Fairy King” como “rei dos seres mágicos/sobrenaturais”. E isso também precisa ser levado em consideração.

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