terça-feira, 3 de abril de 2012

Despedindo-me dos franceses

A dificuldade de se trabalhar para firmas europeias é: como receber o pagamento sem que as taxas de transferência sejam tão altas que esse tipo de serviço passe a não valer a pena em termos financeiros?

Eu vinha realizando pequenos trabalhos de tradução para uma firma francesa, como comentei anteriormente aqui e aqui. Recebia em média cerca de 150 euros por mês por um trabalho que exigia de mim apenas algumas horas por semana. O Bradesco me descontava 15 dólares a cada transferência (SWIFT). Ora, acontece que, desde o início do ano, o Bradesco passou a cobrar 40 dólares. Isso fez toda a diferença.

O Itaú cobra, se não me engano, R$ 140,00 de taxa a cada transferência. O Santander, entre R$ 90,00 e R$ 200,00 por transação. Acho que os outros bancos cobram taxas igualmente elevadas.

Não adianta usar o Moneybookers, porque depois o dinheiro tem de “cair” em algum banco brasileiro, e aí… lá vem taxa. E o Western Union, pelo que me disseram, só aceita transferências de pessoa física para pessoa física.

Para quem presta serviços de tradução para empresas norte-americanas, o Xoom parece ser uma ótima solução: cobra menos de 5 dólares por transferência. Mas se a empresa é europeia, só a PayPal oferece serviço semelhante, e eles cobram 10% (ou seria 7,5%?) sobre cada transação. Continua sendo muito alto pra mim.

Não valia a pena continuar. A separação foi em termos amigáveis, com promessas de novos contatos em condições melhores no futuro, e eu preciso mesmo dedicar mais tempo à minha tese de doutorado. Mas não consigo deixar de me perguntar por que os bancos cobram taxas tão extorsivas, e se não interessa a ninguém resolver essa situação, para que aqueles que prestam pequenos serviços para firmas estrangeiras possam receber seu pagamento.

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